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Aqui contém cenas explícitas de minha nudez ao avesso, para melhor visualização feche seus olhos. (Mary Backes)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Flying in


É disto que preciso! Preciso de um amor que tenha asas para me fazer companhia em vôos tão altos que a superfície não se faça mais visível.

sábado, 21 de maio de 2011

Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária.


"Eu estou sempre aqui, olhando pela janela. Não vejo arranhões no céu nem discos voadores. Os céus estão explorados mas vazios. Existe um biombo de ossos perto daqui. Eu acho que estou meio sangrando. Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico. Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica. Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv. Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária. Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados. Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrónica. Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou com restos de cinema e com seu amor, um disco voador."

Fragmentos do texto Disco Voador de Fausto Fawcet

terça-feira, 3 de maio de 2011

Desejo


Se o desejo quebrasse todos os limites, certamente teria superado a velocidade do pensamento e estaria ao seu lado agora.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Apenas pertencia a si mesma e ao seu mundo possível; por isso, e só por isso, brincava e era feliz.


Não, ela dizia não a quem dissesse que ela sofreria por não seguir os mandamentos sociais. Na verdade, sofria às vezes por viver numa sociedade que não questionava suas estruturas e que parecia satisfeita com mentiras e aparências. Não, ela não pertencia ao peso dos tradicionalismos irrefletidos, das aparências e das mentiras - ela amava ser livre. 
 Ela pertencia aos céus, aos mares, às estrelas. Ela pertencia ao mundo, aos sabores, aos sorrisos. Ela pertencia às delicadezas, às músicas, aos ventos. Ela pertencia somente à candura de seus braços - finos e felizes; era leve porque não permitia que ninguém a dirigisse e, por isso, compreendia em silêncio a alma de todos homens. Não queria mudar o mundo, apenas gostaria de conhecê-lo mais e mais, e de viver, serena e confortável,  desfrutando dos jogos e dos sabores deste mundo. Ela não parecia humana - mas angelical; isso porque, ela flutuava em raridade, tal qual um anjo bom, que apenas pertencia a si mesma e ao seu mundo possível; por isso, e só por isso, brincava e era feliz. 
(Renata Rodrigues Ramos)


* Retirado do blog: http://renatarodriguesramos.blogspot.com/