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Não se perca ao entrar...

Aqui contém cenas explícitas de minha nudez ao avesso, para melhor visualização feche seus olhos. (Mary Backes)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Precisamos de livros que nos atinjam


"É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos, pois isso a torna mais sensível a cada estímulo. Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem, que nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? Para que ele nos torne felizes, como você diz? Oh Deus, nós seríamos felizes do mesmo modo se esses livros não existissem. Livros que nos fazem felizes poderíamos escrever nós mesmos num piscar de olhos. Precisamos de livros que nos atinjam como a mais dolorosa desventura, que nos assolem profundamente – como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos –, que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo, para longe de qualquer presença humana – como um suicídio. Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós."
   
                                                                     (Franz Kafka)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu me permito!


A prova de que estou recuperando a saúde mental, é que estou cada minuto mais permissiva:  
Eu me permito mais liberdade e mais experiências.
E aceito o acaso. Anseio pelo que ainda não experimentei. Maior espaço psíquico.
Estou felizmente mais doida.

(Clarice Lispector)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

É aceitar doer inteiro até florir de novo


 "Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."
  
(Ana Jácomo)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A beleza de um corpo nu


“A beleza de um corpo nu só a sentem as raças vestidas. O pudor vale sobretudo para a sensibilidade como o obstáculo para a energia”.
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Semeadora


Sentada numa cadeira reforçada
Pisando o tijolo desnudo
Embalando-me no colo
Minha avó contava histórias.
Balançava os braços no falar
Contorcia as faces
Mudava a voz
Cantava belas canções
Para ilustrar
Os fatos que narrava.
E ali, em seus braços
Eu adormecia
Colhendo, talvez
As primeiras sementes
Do meu ser poeta.
 
(Denil W. Tucci)

sábado, 6 de novembro de 2010

E é tão bom não ser divina


A alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina

Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser carne e osso.

(Zélia Duncan, Carne e Osso)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Selinhoo


Recebi esse Selinho da minha amiga blogueira Dani http://danielleosantos.blogspot.com/
Flor, fico muito agradecida...Obrigada!


Eis as regras inclusas no selo:

- Exibir a imagem do Selo no Blog
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação
- Escolher 05, 10, 15 ou 30 blogs para dar a indicação e avisá-los.
 
Repasso para:

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quero ir embora


"Quero ir embora."

Pensou ela um dia. E não foi por irritação momentânea ou um surto temporário, isso porque desde então esse desejo é o motor da sua vida. Era como mil sentimentos reunidos em um. Mil razões para a ânsia de sentir a liberdade que há para além das terras e do mar. Ela não se importava se novecentos e noventa e nove destas mil razões não se justificavam, menos ainda se pareciam loucas para as novecentas e noventa e nove pessoas das mil que ela conhecia. Ela queria mesmo era ir fundo.

Queria sentir frio e medo, a ver se eles fariam sua pele ficar mais grossa. Queria não entender o que eles dizem, a ver se o que não compreendia lhe fazia mais sentido. Ela queria aprender coisas que os livros e as cercas não lhe permitiam conhecer. Ver os prédios e as ruas que lhes pareceriam surreais. Abrir sua mente para o desconhecido e provar para ela mesma algo que sempre suspeitou: "há muito mais que isso".

Não era para sempre e nem era por rebeldia. A verdade é que ela nem gosta desta última palavra. Ela queria mais era sonho. E daí que rissem? Ela tinha certeza que riria muito mais. Mas sabia que choraria também. Ela não tinha medo. Sabia que passaria por isso e que nunca mais seria a mesma.

Ela deve ser um clichê ambulante, mas simplesmente quer porque quer ir além.

(Paula Oliveira)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

É o tempo da travessia


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
 
(Fernando Pessoa)
  
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 * É preciso estar atento para perceber a hora de "abandonar as roupas usadas". Atenta para perceber quando a vida pede a renovação, a travessia é a evolução, temos que seguir adiante sem ter medo do novo que nos espera.