“Talvez ela não soubesse de nada disso. Talvez não tivesse se dado conta de que na luz iridescente dispersa por aquele prisma estava a certeza de que ela era a mulher da minha vida, porque só a mulher da minha vida poderia ter me feito entender a beleza. A beleza, claro, não é uma banalidade cultivável em academias de ginástica e mesas de cirurgiões plásticos, não é um bem comprável em lojas de móveis caros, não é uma senha guardada por esteticistas, decoradores, estilistas. É a minúscula e poderosa alegria de um gesto. Um toco de lápis, uma pequenina cicatriz na pele, o sol sobre a calçada rachada diante da papelaria, à tarde.”
(Adriana Lisboa)
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