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Aqui contém cenas explícitas de minha nudez ao avesso, para melhor visualização feche seus olhos. (Mary Backes)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Precisamos de livros que nos atinjam


"É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos, pois isso a torna mais sensível a cada estímulo. Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem, que nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? Para que ele nos torne felizes, como você diz? Oh Deus, nós seríamos felizes do mesmo modo se esses livros não existissem. Livros que nos fazem felizes poderíamos escrever nós mesmos num piscar de olhos. Precisamos de livros que nos atinjam como a mais dolorosa desventura, que nos assolem profundamente – como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos –, que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo, para longe de qualquer presença humana – como um suicídio. Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós."
   
                                                                     (Franz Kafka)

4 comentários:

AC disse...

Há quem diga o mesmo que diz Kafka mas duma maneira mais subtil, mais harmoniosa. Mas, bem vistas as coisas, o que interessa é a mensagem. E esta é muito clara.

Beijo :)

Rodrigo disse...

é um belo escrito, não há dúvida (e nem surpresa, em se tratando do mestre tcheco). de qualquer forma, não devemos nos deixar levar por um nome imponente ou uma ideia posta com palavras atraentes. um livro - filme, série ou o que for - pode, sim, apenas nos "deixar felizes", nos divertir. a vida é longa o suficiente pra que possamos dividir os tormentos com os divertimentos. e, ademais, franz kafka não é bem o arquétipo de alguém que soube levar a vida, não é?

bom blog.

Paulo disse...

Concordo com Kafka. Prefiro que seja assim para desenvolver melhor os nossos pensamentos

Débora Roquini disse...

Forte e convincente!